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Fim da pobreza? Porque isso não acontece...

Olá pessoal...

Igualdade. Palavra utópica neste sistema econômico, social e político em que vivemos. É comum vermos promessa/discursos sobre a erradicação da pobreza; a efetivação das igualdades/ oportunidades e crescimento econômico e ascensão social a todos.
Pura mentira! Um sistema econômico que possui sua base na relação “explorador x explorado” não pode promover a igualdade plena. E, isso, nós observamos nas políticas econômicas e públicas existentes no Brasil e no Mundo. Políticas de cunho liberalista onde a exploração do patrão sobre o empregado se torna algo corriqueiro e comum.
O artigo abaixo nos ajuda a refletir sobre essa percepção. Ele demonstra a maneira como nossos políticos e administradores públicos encaram as políticas sociais – apenas como forma de aumentar a exploração por parte dos que detém os meios de produção.
As políticas sociais no Brasil, infelizmente, não visam acabar com a pobreza, mas apenas reduzi-la (ou pelo menos aparentar isso). Segundo o coordenador do programa, integrado ao ministério do Desenvolvimento Social, as restrições orçamentárias e oscilações da renda dos pobres tornam 'impossível' zerar miséria, mas redução dela poderá ser comemorada como 'erradicação' do mesmo jeito que taxa baixa de desemprego é 'pleno emprego'.
Políticas que reduzem os índices de pobreza são elogiáveis, mas devemos no contentar apenas com a redução? O que me preocupa é a passividade de nossos governantes em admitir que o fim da pobreza é algo ‘impossível’.



PLANO FEDERAL DE COMBATE À MISÉRIA NÃO VAI 'ZERAR' NÚMERO DE POBRES

A meta do governo de tirar mais de 16 milhões de brasileiros da pobreza extrema, com plano que deve ser lançado em junho, é difícil de cumprir e não quer dizer que não haverá nenhum miserável no país em 2014. Ela deve ser encarada como bússola na construção das políticas anti-pobreza e como referência para medir a eficiência delas, segundo o ministério do Desenvolvimento Social, que coordena a elaboração do plano.
“É importante ter um ponto de partida e que ele seja definido de forma racional, para sabermos qual o foco e como medir os resultados”, disse o secretário-executivo da pasta, Rômulo Paes de Souza. “O que nós fizemos foi uma pactuação com a sociedade: 'o governo quer ser cobrado dessa maneira'”, completou ele, explicando que haverá relatórios anuais para avaliar o andamento do programa.
O público alvo do plano foi definido a partir do censo demográfico que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez no ano passado. O governo decidiu que pobreza extrema no Brasil significa ter no máximo R$ 70 reais mensais. Pelo censo, há 16,2 milhões de pessoas nesta situação. “Com uma linha de corte muito baixa, é mais difícil ter resultados. Se fossem 22 milhões, por exemplo, seria melhor para mostrar resultados”, afirmou Souza.
Diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Jorge Abrahão de Castro concorda que “focar nos que precisam mais é extremamente complicado”. Para ele, o grande desafio será fazer com que as ações oficiais cheguem de fato até a 16,2 milhões de pessoas.
O IBGE ajudou a identificar o contingente de miseráveis, mas não relevou – nem poderia, por razões legais – nome, sobrenome e endereço deles. O governo espera encontrá-los no cadastro de 20 milhões de famílias do ministério do Desenvolvimento Social que serve, por exemplo, para pagar os benefícios do bolsa família, que vai compor o tripé do programa em elaboração.
O plano pretende combinar o pagamento da bolsa com ações que levem bens e serviços (sobretudo de infra-estrutura) aos pobres e de “inclusão produtiva”, que ajudem a pessoa a ter condições de viver por si só.
Segundo Rômulo de Souza, o governo ainda discute o orçamento do plano. Pode ou não haver acréscimo de dinheiro tanto no bolsa família, que recebe cerca de R$ 16 bilhões anuais, quanto em outras oito áreas que farão parte do programa. “Como já temos uma proteção social considerável, a pedra de toque do plano é a articulação de políticas”, afirmou o secretário-executivo, minimizando a importância das cifras.
Para Jorge Abrahão, sem dinheiro sobrando e tendo de focar o trabalho num determinado grupo, é “impossível” erradicar a pobreza extrema. “Nunca vamos ter 'zero pobres'. A renda das pessoas é volátil, as pessoas ficam circulando entre pobreza e pobreza extrema, e a pesquisa [do IBGE] foi feita num determinado momento”, disse o especialista. Os resultados do futuro plano, afirmou, deveriam ser vistos como o desemprego no mercado de trabalho, em que taxa de 3% é considerada “pleno emprego”.
“Não vai zerar mesmo, porque nenhum fenômeno social zera, só zera com a extinção física das pessoas”, disse Rômulo de Souza, que, junto com Jorge Abrahão, participou nesta sexta-feira (20/05) de seminário sobre pobreza extrema promovido em Brasília pelo IPEA.


Por: André Barrocal, na Carta Maior.
Em: 20 de Maio de 2011.
Acesso em 23 de Maio, 2011.


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