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Egito não quer o FMI em sua casa. Será porque?


Olá pessoal...

A todo o momento eclode uma nova revolta no mundo árabe. Mas, também não é para menos. Com as atitudes imperialistas dos países ditos de “1° Mundo” sobre esses países a revolta tem se tornado uma forma de lutar contra essa influencia externa.
Como se não bastasse os EUA tentar dominar essa região politicamente e até militarmente, o seu braço forte o FMI (Fundo Monetário Mundial) tem também tentado dominar economicamente.
As conseqüências para a aceitação de acordos com o FMI implicariam em transformar o Egito em uma marionete estadunidense, assim como o Brasil se tornou (hoje, um pouco menos). Visto que para financiar uma nação, este organismo internacional exige se tornar influente na política de seu favorecido. Assim, os países que aceitam financiamentos e a ajuda do FMI e, portanto, dos EUA acabam por terem seus rumos políticos, sociais e econômicos doutrinados e decididos por organismos externos e não internos.
Com isso, o governo egípcio rechaçou as condições impostas pelo fundo para conceder-lhe empréstimo.
Veja mais detalhes na reportagem abaixo.
  

EGITO NÃO QUER O FMI EM SUA CASA

O Egito rechaçou as condições impostas pelo Fundo Monetário Internacional para conceder-lhe o empréstimo solicitado de US$ 3 bilhões, por entender que violam a soberania nacional e atendendo a pressão exercida por manifestações populares.
O general Sameh Sadeq, integrante do conselho militar governante, afirmou que foram suspensos outros pacotes que estavam sendo negociados com o Banco Mundial em razão de “cinco condições que atentavam contra os princípios de soberania nacional”, informaram vários jornais locais. Mas, não foram dados mais detalhes sobre o assunto.
Se houvesse aceitado, o Egito séria o primeiro país a receber dinheiro do FMI no Oriente Médio após a Primavera Árabe, levante popular contra os regimes autoritários apoiados pelo Ocidente iniciado no ano passado. O FMI anunciou em maio, durante a cúpula do Grupo dos Oito países mais ricos do mundo, que poderia emprestar US$ 35 bilhões aos Estados do Oriente Médio nos próximos anos.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, anunciou nesse mesmo mês que poderia conceder US$ 6 bilhões em dois anos ao Egito e à Tunísia para contribuir com a modernização de suas economias. Cairo teria recebido US$ 4,5 bilhões desse pacote. Os movimentos revolucionários começaram nesses dois países antes de se espalhar pela região.
A declaração feita no dia 28 pelo general Sadeq contradiz as do primeiro-ministro, Essam Sharaf, e do ministro das Fianças, Samir Radwan, sobre os empréstimos não estarem acompanhados de condições. Os funcionários ocupam os cargos interinamente desde a queda do presidente Hosni Mubarak em 11 de fevereiro deste ano. Ambos defenderam publicamente a necessidade de empréstimos para espantar o fantasma do déficit, principal argumento de muitos países que solicitam ajuda das duas instituições multilaterais de crédito.
A decisão foi anunciada pelos governantes militares que assumiram após a queda de Mubarak. Algumas das condições impostas pelo FMI e pelo Banco Mundial incluíam a privatização de bancos e uma maciça redução dos subsídios para energia e alimentos e já haviam desagradado a população.
O ministro das Finanças teve que voltar atrás e escreveu em seu site que a decisão de rejeitar os empréstimos ocorreu após “debate público e consultas ao Conselho Supremo das Forças Armadas” (CSFA), à frente do governo interino. Também informou que após modificar o déficit orçamentário este ficou em US$ 22,4 bilhões, em relação aos US$ 28,4 bilhões previstos antes de aceitar o empréstimo do FMI.
O CSFA, que cumpre funções presidenciais até ser eleito o novo parlamento em setembro, disse que os fundos locais e regionais permitem não recorrer às instituições multilaterais de crédito. “Pode-se cobrir o déficit com o mercado local e com empréstimos e assistência de nações amigas e outras instituições internacionais”, diz a declaração do Ministério das Finanças.
Nas últimas semanas, Arábia Saudita, Estados Unidos e Catar, entre outros, prometeram grandes somas de dinheiro ao Egito. Os bancos locais podem cobrir facilmente o déficit, afirmou Moustapha Abdelsalam, especialista do jornal de negócios Al Alam Alyoum. O governo conseguiu US$ 20 bilhões internamente.
A decisão do CSFA acompanhou os protestos populares. Vários ativistas alertaram que, com os novos empréstimos o Egito poderia ficar sujeito às condições do Banco Mundial e do FMI, bem como à pressão externa, o que muitas pessoas esperam que tenha acabado com a revolução.
“Os empréstimos do exterior contradizem os princípios da revolução que reclamavam ser livres de toda pressão, local e estrangeira”, diz uma declaração do Conselho de Administração Revolucionária, uma organização não governamental formada após a queda de Mubarak por defensores da democracia que enfrentaram as forças de segurança do regime. “O povo egípcio, que está por começar uma nova era, não quer fazê-lo com novos empréstimos. Preferimos passar fome a mendigar a essas instituições”, afirma o comunicado.
Surpreendeu a solicitude do governo de Sharaf por ser interino e não ter suficiente autoridade. Foi criticado por tomar essa decisão carecendo de representação popular.
O Banco Mundial, o FMI e outros bancos multilaterais de desenvolvimento anunciaram a “Associação Deauville para o Oriente Médio” para conceder empréstimos a outros países da região, no contexto da cúpula do G-8 realizada em maio nessa cidade francesa. O Banco Mundial prometeu US$ 4,5 bilhões ao Egito nos próximos dois anos para compensar a queda das reservas e o orçamento, e financiar as mudanças econômicas a fim de fortalecer seus projetos de investimento e créditos.
Agora é esperar para ver se desta vez os países da região seguirão o exemplo do Egito.


Por: Emad Mekay, na ‘Brasil de Fato.
Em: 01 de Junho de 2011.
Acesso em 3 de Julho, 2011.


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