Você acha que os grandes eventos esportivos em nosso país (Copa do Mundo e Olimpíadas) trarão benefícios aos brasileiros?

Parece que Bin Laden está vencendo a grande guerra contra o terror ...


Olá pessoal ...

Lembram da invasão dos EUA no Afeganistão em busca de terrorista, após o 11 de Setembro? Lembram da invasão dos estadunidenses ao Iraque em busca do Saddam Hussein? Pois então, quantos mortos! Depois os EUA começaram a ‘implicar’ com o Irã. E agora os EUA vêm querendo, e já fez isso, promover embargos a Líbia e o Egito pelos conflitos e mortes que estão ocorrendo nestes países!
Realmente eles podem fazer isso  ...  são um nação extremamente pacífica!
Mas será que eles saíram vencedores desta guerra contra o ‘terror’? Ou melhor, será que eles conseguiram dominar as portas de entrada para o Oriente médio (entrada para os maiores produtores de petróleo)?
O artigo de Alexander Cockburn publicado pela “Carta Maior” nos ajuda a refletir sobre o assunto!


PARECE QUE BIN LADEN ESTÁ VENCENDO A GRANDE GUERRA CONTRA O TERROR

Qual o resultado desssa guerra, dez anos depois do 11 de setembro? Vijav Prashad resumiu bem o quadro: A guerra dos EUA no Iraque levou o país a um regime pró-Irã. Em janeiro, o candidato apoiado pelo Hezbollah (Najib Mikati) se tornou primeiro ministro do Líbano e o Hamas se fortaleceu, enquanto os restos de legitimidade da Autoridade Palestina esfacelaram-se, quando a Al-Jazeera publicou os Palestine Papers. Os exílios de Ben Ali e Mubarak retiraram a Tunísia e o Egito do rol de apoiadores dos EUA na região. Enquanto isso, Kadafi na Líbia e Saleh no Iêmen têm sido aliados leais na "guerra contra o terror”. O artigo é de Alexander Cockburn.

De Washington DC escutamos uma brava conversa a respeito de Tio Sam liderando a batalha pela democracia pelo mundo árabe, e assim restaurando a autoestima aos olhos árabes como outra coisa que não o patrocínio da tirania e da tortura pelo neoliberalismo, os eletrodos e o “waterboarding” [método medieval de tortura que consiste em simular fisicamente na vítima o seu afogamento, mediante o uso da força, num tanque de água]
As únicas pessoas da multidão de Washington enganadas por esse tipo de conversa são eles mesmos. Barack Obama pode ter zizagueado na direção de uma conversa dura sobre a tirania, mas não titubeou quanto ao único veto, em 18 de fevereiro, no Conselho de Segurança da ONU à resolução condenando os assentamentos israelenses. Vocês pensam que a Al-Jazeera não transmitiu isso para o mundo todo?
(Washington invoca as ferramentas made-in-America, Twitter e Facebook, na luta pela democracia no Oriente Médio. Comparadas em significância à Al-Jazeera elas são como lascas de bife de búfalo de água.)
Nos idos do outono de 2001, Osama bin Laden habitualmente citava, dentre os motivos da AlQaeda para o ataque de 11 de setembro, o seguinte: “A opressão da América sobre os mundo muçulmano, mais especificamente no período das sanções contra o Iraque (a afirmação de [Madeleine] Albright de que “achamos que o preço vale à pena” foi o singelo chamado de recrutamento na história do Terror) e bombardeio; a condição da Arábia Saudita como lacaio do Império americano; e a opressão israelense sobre os palestinos.
Abra-se o mapa do Oriente Médio e da África do Norte dez anos depois.
Como disse Vijav Prashad em Counterpunch:

“A guerra dos EUA no Iraque levou o país a um regime pró-Irã. No último janeiro, o candidato apoiado pelo Hezbollah (Najib Mikati) se tornou primeiro ministro do Líbano e o Hamas se fortaleceu, enquanto os restos de legitimidade da Autoridade Palestina esfacelaram-se, quando a Al-Jazeera publicou os Palestine Papers. Os exílios de Ben Ali e Mubarak retiraram a Tunísia e o Egito do rol de apoiadores do status quo [i.e., dos lacaios do Império]. Kadafi na Líbia e Saleh no Iêmen têm sido aliados leais na Guerra contra o Terror”.

E eis o Rei Saudtia, assistindo a Al-Jazeera e vendo o círculo se fechar: Iraque, Síria, Líbano, o Iêmen instável, Bahrein muito problemático, com todos esses xiitas do lado de lá.
Mas estão as massas árabes marchando em direção a um novo Califato, como advertiu temerariamente Glen Beck? Não, é claro que não. Como escreve Prashad:

“Enquanto o status quo definha, seus cães leais tentam entoar a velha cantilena da ameaça do fundamentalismo islâmico. O coro de Mubarak sobre a Irmandade Muçulmana foi silenciado. Quando o sheik Yusuf al Qaradawi retornou de seu exílio no Qatar, ele não desempenhou o papel de Khomeini. O sheik começou o seu sermão na praça Tahrir com boas vindas tanto à Irmandade Muçulmana como aos cristãos. O espernear de Kadafi sobre um potencial posto da Al Qaeda no Mahgreb sendo formado no nordeste da Líbia repetiam as ilusões paranóicas dos planejadores da Africom [O Estado Maior do Comando Militar Estadunidense para a África]”.

Eu imagino que Osama está feliz com o tumulto atual, e podemos acrescentar à lista de Prashad o desejo crescente estadunidense de remendar algum tipo de desculpa para se retirar do Afeganistão, com planos dissecados pelo nosso elegante e muito bem informado ex-brigadeiro Shaukat Qadir, também em nossa página. Petraeus é uma força em declínio. Gostaria de ver um general com mais cérebro e menos medalhas de ouro?
Esses signos de solidariedade e apoio mútuo na Praça Tahrir e ao redor do prédio do Capitólio em Madison, Wisconsin, tiveram um forte suporte econômico. Tiveram apoio moral nas expressões de confiança, respeito e autoestima, e o Império do Capital estabelecido desde o colapso da União Soviética em 1991 está irremediavelmente desmoronando, enquanto o neoliberalismo cria seus milhares de bilionários e seus bilhões de pobres ao redor do mundo. Como escreveu Andrew Levine:

“O que está em jogo é o fim do jogo da assim chamada Revolução Reagan. Um ataque vitorioso e organizado contra o mundo do trabalho iria resolver o assunto de uma vez por todas. Scott Walker e sua laia sabem o que está em jogo. Graças às suas predações, trabalhadores e aliados agora sabem também...a financeirização do capitalismo contemporâneo, a globalização da indústria e do comércio e, mais genericamente, a tomada ao redor do mundo dos ganhos econômicos teve um grande custo sobre o último século e meio. O problema, em resumo, é que, para o capitalismo sobreviver, deve se expandir – e, com tão poucas áreas restantes para expansão, a esfera pública se tornou um alvo muito tentador para se resistir. O que está sob ataque é a esfera pública ela mesma. Os sindicatos dos servidores públicos são sua primeira (e última?) trincheira de defesa”.

O que teria sido bom de ver ao redor do prédio do Capitólio em Madison seria sinais – talvez eu sinta saudade deles – do apoio dos estudantes da Universidade de Porto Rico que enfrentaram ocupação militar, prisões e pancadas por suas greves contra os preços das mensalidades e a privatização crescente. Durante o levante no Egito, estudantes e faculdade entraram em greve pela segunda vez no ano e forçaram o governador, que estava assistindo à republicana Conferência Anual da Ação Política Conservadora [CPAC em sua sigla em inglês] em Washington a retornar e ordenar a retirada dos militares do campus.
Eu sempre achei que a receita Piven-Cloward para derrotar o capitalismo, nos anos 60 de levar o bem estar a todos era uma coisa reformista. O capital poderia descobrir isso. Acabem com o bem estar! Ponham Bill Clinton para acabar com o AFDC [programa do governo federal estadunidense chamado Ajuda a Famílias com Crianças Dependentes, ou Aid to Families with Dependent Children, que vigorou de 1935 a 1997] e então ter esse dócil negro Obama para garantir o Medicare e talvez o Social Security.
Osama teve uma ideia melhor. Deixar a guerra sangrar até o Império secar. Pensem nos confetes do lado esquerdo do peito de Petraeus como o aumento do orçamento militar desde as modestas condecorações de Eisenhower.
Da próxima vez que Petraeus se mover por uma promoção terá de ter uma ajuda do idiota do Taylor [Taylor Marsh] por trás dele para acomodar todas as medalhas simbolizando como o orçamento militar dos EUA vai aparecer daqui a uma década ou mais, no futuro.

Por: Alexander Cockburn, na Carta Maior.
Em: 23 de Julho de 2008.
Katarina Peixoto (Tradução).
Acesso em 21 de Fevereiro, 2011.



Boas reflexões!
Abraços!

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