A “Vale” e “Globo” apostam na criminalização do MST ...


Olá pessoal...

A Televisão ainda é o meio de comunicação mais utilizado pela população, por enquanto. E por ela ser concentrada, no caso brasileiro, nas mãos da burguesia possui um papel fundamental na manutenção do poder dessa classe. A “Vale” que deveria ser “nossa” (como já discutido em outras postagens) luta contra os movimentos sociais que buscam a divisão de terras e das riquezas produzidas no Brasil. A “Globo” que já recebeu e ainda recebe vários incentivos governamentais também promove distorções sobre esses movimentos. As reportagens publicadas por essa rede de comunicação (TV, Radio, Jornal escrito e internet) têm um extenso alcance e, praticamente todos os brasileiros, pelo menos uma vez pro dia, tem contato com ela.
Porém, apesar de explorarem o Brasil em âmbitos diferentes, ambas possuem os mesmos motivos: distorcer a verdade, culpar inocentes e manterem – se na hegemonia do poder.
Mas, aí cabem as seguintes reflexões: porque as massas, mesmo subalternizadas, não percebem essa dominação? Como a educação/escola poderia contribuir para isso? Não existe notícia com imparcialidade, mas estamos pelo menos entendo/escutando os dois lados? Somos críticos ao que ouvimos, vemos e dizemos? Precisamos refletir sobre isso.
A reportagem é antiga mais reflete muito bem a influencia/poder da mídia sobre a população.
Observem abaixo...

VALE E GLOBO APOSTAM NA CRIMINALIZAÇÃO DO MST

São 600 policiais de prontidão. Custa-se a aprender a lição. Doze anos após a morte de 19 trabalhadores rurais em Eldorado do Carajás (PA), os movimentos sociais e a pobreza continuam sendo vítimas da tentativa de criminalização por parte da mídia empresarial e de grandes empresas. E, esses policiais estão, não por acaso, na região sudeste do Pará, protegendo, agora, a siderúrgica Vale,que admite: só quer ”trabalhar”.
A mídia está atiçando a violência contra os trabalhadores em Parauapebas (PA), região onde fica a Mina de Ferro Carajás e onde funcionários da própria Vale reivindicam seus direitos trabalhistas. No dia 11/04/2008, o jornal “O Globo” cedeu espaço ao presidente da Vale, Roger Agnelli,que chama os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ”bandidos”. A matéria, cujo gancho é o iminente bloqueio da ferrovia de Carajás, reforça ainda que um efetivo policial de 600 pessoas está de prontidão.
”A Vale quer fugir do debate e sobre as contradições que ela tem, inclusive com os seus trabalhadores. É um acampamento que já está lá há alguns dias e ato o mais contundente que a imprensa não divulgou foi a paralisação dos funcionários da Vale e terceirizados, devido à falta dos direitos trabalhistas”, afirma José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST. Ele lembra que, desde que a Vale foi privatizada, ela ampliou seus território se mudou os marcos de onde os garimpeiros exploravam. Batista ressalta que, ao atacar o MST, esse conjunto de atores tenta desfocar a problemática que envolve a vida dos garimpeiros.
O MST do Pará afirma, em nota, que apóia as manifestações que denunciam a responsabilidade da Vale por suas ações criminosas e danos sociais, impostos às comunidades rurais que vivem em torno das suas instalações, aos garimpeiros e a seus trabalhadores.

Eldorado
Masé muito provável que a criminalização não dê certo. Em 1996, o MST obteve um considerável apoio popular. ”Na época do Massacre de Eldorado, mais de 80% da população brasileira reclamava reforma agrária e70% apoiava os movimentos que formavam a base dos assassinados”, lembra dom Tomás Balduíno, conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele salienta que, hoje,apesar de o país viver um outro contexto, a população nacional e a opinião pública internacional já está assumindo o apoio às organizações sociais com muita força.
”Coma emergência dos movimentos populares, Eldorado do Carajás significou um susto para a elite latifundiária, porque aqueles que antes eram submissos, começavam a ter um projeto próprio e levar a diante suas reivindicações”, lembra dom Tomás.
No entanto, esse ”susto” à elite não veio acompanha do pela justiça. A impunidade permanece. Passados 12 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais e deixaram 69 pessoas mutiladas. Somente dois foram condenados: o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que aguardam em liberdade a análise do recurso da sentença, sob avaliação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Por: Eduardo Sales, no Brasil de Fato.
Em: 12 de Abril de 2008.
Acesso em 14 de Abril, 2011.


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