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A Morte de Osama Bin Laden como um espetáculo – será o fim da Al Qaeda?

Olá pessoal...

Que presente! A morte do terrorista Osama Bin Laden aconteceu em um momento muito oportuno (o que nos leva, inclusive, a pensar na morte desse terrorista como uma estratégia política). Em um ápice de insatisfação política, Obama consegue unir (mesmo que temporariamente) a nação americana novamente e justificar os bilhões de gastos com a guerra no Oriente.
Mas algo ainda não foi noticiado: a Al Qaeda enfraqueceu com a morte de seu líder?
Primeiramente precisamos analisar se Osama estava como real líder desta organização. Tudo indica que não. Apesar dele ainda financiar armas e suprimentos a ela, nos últimos anos a liderança dessa organização estava (e, ainda está) nas mãos do médico egípcio Ayman Al Zawahri (que foi uma grande amigo e ‘instrutor’ de Bin Laden). A maior evidencia disso é o próprio local onde Bin Laden foi encontrado. Uma grande casa, mas que não possuía infra-estrutura em comunicações (telefones, rádios e internet), ou seja, a sua influencia era indireta.
È claro que a organização sofrerá uma reestruturação, mas isso, em momento algum, evidencia sua desestruturação ou fim. Pelo contrário, Osama pode se tornar um mártir e, assim, tornar-se a inspiração a mais ataques terroristas. Tanto que, o objetivo do exército americano de sumir (jogar ao mar) o corpo do terrorista, evidencia o receio dele se tornar essa referência.
Assim, com tantos acontecimentos no Oriente Médio, o futuro dessa região permanece indefinido. Mas o que podemos arriscar para o futuro é a sua alienação ao mundo ocidental e, principalmente, aos interesses estadunidenses.
Precisamos esperar, para vermos os próximos capítulos dessa novela imperialista...
O artigo a seguir nos traz algumas análises sobre o assunto...


O PODER, A MORTE E O ESPETÁCULO


O episódio da morte de Osama Bin Laden, depois de 10 anos anulado como chefe minimamente capaz de qualquer estrutura terrorista, cuja a única preocupação era fugir da intensa perseguição que lhe faziao maior exército e os maiores meios tecnológicos do mundo, tem menos importância na questão do terrorismo do que nos rumos sombrios da ordem internacional vivida hoje pelo mundo.
Não se trata, aqui, de discutir o óbvio, a condenação como crime bárbaro da monstruosa morte de mais de três mil civis no World Trade Center.
A evidência curiosa – e terrível – este episódio é o exercício imperial do poder militar norteamericano de transformar sua vontade em lei e sua capacidade em transformar sua aplicação em espetáculos bélico-midiáticos e…eleitorais.
Em 2003 – ano da véspera de sua reeleição – Bush recuperou o prestígio de sua desastrosa administração com a Guerra do Iraque, a partir de março.
Saddam Hussein foi apresentado como um aliado de Bin Laden e um perigo atômico para o mundo. Num discurso ao Congresso americano, Bush afirmou:
“Hussein tinha um programa de armas nucleares avançadas, tinha um projeto para uma arma nuclear e estava trabalhando em cinco diferentes métodos de enriquecimento de urânio para uma bomba. O governo britânico descobriu que Saddam Hussein procurou recentemente quantidades significativas de urânio da África. Fontes de inteligência nos dizem que tentou comprar tubos de alumínio de alta resistência apropriado para a produção de armas nucleares. Saddam Hussein não explicou essas atividades, de forma crível. Ele claramente tem muito a esconder.”
O ridículo destas palavras, hoje, é tão evidente que não se pode acreditar que tenham sido a razão de uma invasão avassaladora e de dezenas ou centenas de milhares de mortes.
É igualmente curioso – e terrível – o pronunciamento de ontem de Barack Obama. Teatral do início ao fim – inclusive na saída de costas, caminhando solitário pelo corredor da Casa Branca. O efeito dramático era o objetivo, pouco importando que se fosse anunciar ali a morte de um homem.
De um homem, mas não de uma política belicista. As tropas norte-americanas não estão arrumando suas mochilas para embarcar de volta.
Evidente que foi uma vitória desta política. Mas esta política jamais pode ser vitoriosa, definitivamente, porque violenta o principio da soberania das nações.
O mundo saudou a eleição de Barack Obama como uma esperança do fim da violência e da guerra como formas de resolver os problemas do mundo e as relações entre os países.
O Barack Obama que não pôde desmontar a prisão de Guantánamo com que Bush sujou a imagem de liberdade, lei e democracia que os americanos dizem lhes ser sagradas, conseguiu algo mais complexo: a morte do homem que ridicularizou a capacidade bélica do governo de seu antecessor, cuja afirmação custou muito mais vidas – inclusive de americanos – que o atentado das Torres Gêmeas.
Vamos viver um dia – ou alguns dias – mergulhados num espetáculo mórbido. “Como foi, quantos tiros, o corpo foi jogado ao mar ou não (chega a ser irônico que digam que isso teria sido feito para respeitar a li islâmica), se era ou não era ele”, os festejos semelhantes ao de um jogo de futebol vencido, são os temas que vão estar exaustivamente debatidos sobre o cadáver de Bin Laden.
Mas o essencial nada tem a ver com isso.
O que significou, em 2004, um triunfo para os republicanos de Bush vai significar, provavelmente, também uma vitória eleitoral para os democratas de Obama.
E, em qualquer caso, uma derrota para uma ordem internacional onde não haja mais uma “polícia do mundo” e, em seu lugar, floresçam povos livres. Livres, inclusive, dos ódios que levaram à tragédia do World Trade Center.



Por: Brizola Neto, na Carta Capital.
Em: 02 de Maio de 2011.
Acesso em 02 de Maio, 2011.


Não deixem de comentar...
Boas reflexões!
Abraços!

2 comentários:

  1. Eita mundo louco. Só gostaria mesmo era deixar uma questão aqui, porque os EUA não matam a fome das milhares de familias africanas? Acho que talvez isso devia ser a prioridade numero um do mundo. Sir Obama que jogada de campanha política heim isso dá mais um filme ridículo de hoolywood...mas quer maior terrorismo do que a desigualdade a fome e a miséria. Enquanto houver desigualdade assim teremos terrorismo, e a história nunca acaba...
    Renan Barizon

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  2. Isso mesmo Renan!
    Os estadunidenses não conseguem ver que eles mesmos são os grandes terroristas! Que são eles que invadiram e ainda invadem vários países em busca de riqueza. E uma riqueza que não é dividida. Eles gastam mais em guerras do que em investimentos sociais - e isso deveria mudar. Órgãos internacionais, como a ONU, deveriam ser mais ativos e coibir essas ações. Mas, infelizmente, são eles (os americanos) que financiam tais órgãos, por isso, fazem tudo o que querem.
    Realmente isso é lamentável!
    Obrigado pela postagem! Comente sempre que desejar! Essa é uma forma, mesmo que aparentemente pequena, de conscientizar e mobilizar outros a mudar.
    Abraços!

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