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Reflexões sobre o documentário “Catastroika: a privatização da democracia”...

Olá pessoal ...

Manifestantes transportam as bandeiras dos países
europeus com dificuldades econômicas/sociais em 
sinal de solidariedade. Por toda a Europa, o dia
 14 de novembro foi palco de protestos contra a 
austeridade. 
Crédito: Reuters/Yannis Behrakis.

Ligue a televisão e assista brevemente um jornal: com certeza verá uma notícia sobre a crise européia e, provavelmente, sobre a mais nova panela de pressão mundial (em sentido econômico) – a Grécia. O assunto tomou grandes proporções quando a Alemanha e França também começaram a sofrer as conseqüências dessa crise de reestruturação do capital. A repercussão foi tanta que a presidenta do Brasil (como ela gosta de ser chamada) viajou até a Europa e fez um discurso acalorado de apoio a este países, afirmando o compromisso de articular uma ajuda mundial para tais. Só uma pergunta me vem à mente nesse momento: fariam o mesmo por nós?
Mas, sem dúvida, os jornais não mostram a totalidade do problema – especificando sua origem, justificativa e possível desfecho real da situação. Por isso estou postando este documentário: “Catastroika: a privatização da democracia”. Este foi lançado em 2012 e faz um relato avassalador sobre o impacto da privatização massiva de bens públicos e sobre toda a ideologia neoliberal que está por detrás dela. O documentário denuncia exemplos concretos na Rússia, Chile, Inglaterra, França, Estados Unidos e, obviamente, na Grécia, em sectores como os transportes, a água ou a energia. Este vídeo foi produzido através de contribuições do público e conta com o testemunho de nomes como Slavoj Žižek, Naomi Klein, Luis Sepúlveda, Ken Loach, Dean Baker e Aditya Chakrabortyy.
O documentário em questão nos ajuda a entender a ideologia que está por de trás de governos deste tipo que estrangulam ou estrangularam serviços públicos fundamentais, elegendo os funcionários públicos como bodes expiatórios, para apresentarem, em seguida, a privatização como solução óbvia e inevitável. Sacrifica-se a qualidade, a segurança e a sustentabilidade, provocando, invariavelmente, uma deterioração generalizada da qualidade de vida dos cidadãos. Conseguem ver alguma semelhança com o Brasil? O documentário também pode nos ajudar a entender melhor as mudanças políticas e ideológicas que direcionam os governos brasileiros desde a década de 1990.
“Catastroika: a privatização da democracia” evidencia, por exemplo, que o endividamento consiste numa estratégia para suspender a democracia e implementar medidas que nunca nenhum regime democrático ousou sequer propor antes de serem testadas nas ditaduras do Chile e da Turquia. O objetivo é a transferência para mãos privadas da riqueza gerada, ao longo dos tempos, pelos cidadãos. Nada disto seria possível, num país democrático, sem a implementação de medidas de austeridade que deixem a economia refém dos mecanismos da especulação e da chantagem — o que implica, como estamos vendo na Grécia, o total aniquilamento das estruturas basilares da sociedade, nomeadamente as que garantem a sustentabilidade e a coesão social.
Assim, o que há de mais inovador neste documentário, não é apenas a sua análise concreta do real, mas o seu rompimento com o discurso hegemônico onipresente das mídias convencionais, tornando bem claro que o desafio que temos pela frente é optar entre a luta ou a barbárie, como diria István Mészáros.
Portanto, acredito que este documentário pode ser uma ótima dica para o final de semana ou para um trabalho interdisciplinar com nossos alunos...
  

CATASTROIKA: A PRIVATIZAÇÃO DA DEMOCRACIA


Título original: Catastroika: privatization goes public.
Lançamento: 2012 (GRE).
Direção: Aris Chatzistefanou/Katerina Kitidi.
Duração: 87 min.
Legenda: Português, Inglês, Francês e Alemão.
Formato: AVI.
Tamanho: 1,56 Gb.
Gênero: Documentário.
Sinopse: Um relato sobre o impacto da privatização massiva de bens públicos e sobre a ideologia neoliberal. As conseqüências mais devastadoras registram-se nos países obrigados, por credores e instituições internacionais, a proceder privatizações massivas, como contrapartida dos planos de resgate. “Catastroika: a privatização da democracia” evidencia, por exemplo, que o endividamento consiste numa estratégia para suspender a democracia e implementar medidas que nunca nenhum regime democrático ousou sequer propor antes de serem testadas nas ditaduras do Chile e da Turquia. O objetivo é a transferência para mãos privadas da riqueza gerada, ao longo dos tempos, pelos cidadãos. Nada disto seria possível, num país democrático, sem a implementação de medidas de austeridade que deixem a economia refém dos mecanismos da especulação e da chantagem — o que implica, como estamos vendo Grécia, o total aniquilamento das estruturas basilares da sociedade, nomeadamente as que garantem a sustentabilidade e a coesão social.

DOCUMENTÁRIO:




DOCUMENTÁRIO (PARTE 01)*: Download Aqui
DOCUMENTÁRIO (PARTE 02)*: Download Aqui
DOCUMENTÁRIO (PARTE 03)*: Download Aqui
DOCUMENTÁRIO (PARTE 04)*: Download Aqui
DOCUMENTÁRIO (PARTE 05)*: Download Aqui
* O documentário foi disponibilizado por completo, neste blog, respeitando a lei que estabelece os direitos autorais para este arquivo (Creative Commons). Vale ressaltar que ele foi colocado para a livre divulgação pelo próprio autor/produtor.

Boas reflexões!
Abraços

3 comentários:

  1. É necessário que o mundo conheça esse documentário. Brasil, Argentina, Venezuela e toda a Amárica Latina correm o mesmo risco que a Grécia. Os instrumentos à mão dos Estados sob regimes democráticos, para a promoção de uma democracia real, ainda são insuficientes. O contrôle do sistema financeiro por conglomerados internacionais e dos meios de comunicação nas mãos de alguns são constantes ameaças à democracia. O documentário "Catastroika" é um alerta.

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  2. Olá Carlos,

    concordo plenamente com você. A nossa democracia é relativa - somente os detentores dos meios de produção possuem voz. Precisamos estar alertas para que não nos tornemos, em um futuro breve (talvez mais breve que imaginamos), um país como a Grécia, onde o capital financeiro e as grandes corporações ditam as regras ao Estado, o que desdobra sobre as políticas sociais que ficam cada vez mais precarizadas e pulverizadas. esse é o famoso estado neoliberal da Terceira Via - um Estado mínimo para os trabalhadores e máximo para o capital.

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  3. concordo plenamente com a linha de pensamento de vocês, pois estamos vivendo em uma pólis em que se esta perdendo a cada dia o valore social de um ser no comando, perdendo o espirito absoluto em que nos foi posto.

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